This is where you stick random tidbits of information about yourself.
CriadoMudo
quarta-feira, julho 16, 2003
É impressionante (e fascinante!) ver aqueles cotoquinhos das escolas públicas vidrados nas histórias narradas pelos contadores; ver como se apaixonam pelos livros, como entram nas histórias e interagem, entregam-se ao mundo fantástico. É lindo ouvir as gargalhadas ao longo e ver os olhinhos brilhando com o desfecho de cada conto.
E tem muitos pais por aí que privam as crianças de fantasiar, vocês acreditam? Dizem que ‘contar histórias’ é tira-las da realidade, é mentir, é não fazê-la ver o mundo como é. Eu ouvi esse absurdo, além de ler algumas pesquisas sobre o assunto, de uma menina da minha sala que disse sofrer ardentemente na busca do príncipe encantado porque ‘mamãe contou histórias sobre e eu acreditava nela.”. Tenha paciência e educação para não voar no pescoço dessa graduanda de LETRAS ... porque, puta que pariu!, nem ao fim do curso a menina se convenceu de que todo esse processo faz parte da formação da criança. Fora as professoras que não tem a menor paciência e ainda brigam quando a criança que tocar no livro!
Dar esse presente aos pequenos é suscitar o imaginário, é poder aclarar dúvidas freqüentes e fazê-los encontrar idéias para solucionar questões (assim como as personagens de um texto), é estimulá-los para outras artes, é ajudá-los a descobrir novas emoções, como tristeza, raiva, excitação etc., é compartilhar conhecimentos gerais (porque através da literatura- vou puxar a sardinha pra minha área sim! – conhecemos um pouquinho de cada disciplina sem aquelas ‘regras-de-sala-de-aula’), a possibilidade da descoberta de outros mundos, tempos, modos de pensar/agir, é criar dúvidas, questões, possibilidade de mudança estimulando o potencial crítico de cada um.
Tem como isso tudo não ser bacana? Tem gente que acha que sim... e isso é assustador.
Estou me descobrindo dentro disso tudo e gostando cada vez mais dessa história de ser contadora de história. J
*Grande parte dessas idéias sairam de um artigo belíssimo de uma contadora e de textos teóricos lidos na faculdade.*
12:01