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CriadoMudo
 
terça-feira, novembro 26, 2002  
Cena patética do dia:
Dezenas de pessoas (entre elas, estudantes de veterinária, curiosos e tarados atraídos pelas curiosas) ao redor de um canal tentando salvar um cachorrinho que entrou dentro da tubulação de esgoto.
Detalhe 1: uma patricinha entrou no canal, no meio do esgoto.
Detalhe 2: ela implorava pro cachorro voltar, com um pedaço de kibe.

É mole?

18:52

 


BUSTO RENASCENTISTA

quem vê minha namorada vestida
nem de longe imagina o corpo que ela tem
sua barriga é a praça onde guerreiros se reconciliam
delicadamente seus seios narram façanhas inenarráveis
em versos como estes e quem
diria ser possuidora de tão belas omoplatas?

feliz de mim que freqüento amiúde e quando posso
a buceta dela.

(Cacaso)











02:05

 
Reencontrei a Clarice numa quase-carta-de-auto-ajuda, mas gosto dela.
É quase-teórica também, mas mantenho minha opinião sobre. rs
Toma!

Berna, 2 de janeiro de 1947

Querida,

Não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma. Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso - nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro. Nem sei como lhe explicar minha alma. Mas o que eu queria dizer é que a gente é muito preciosa, e que é somente, até um certo ponto que a gente pode desistir de si própria e se dar aos outros e às circunstâncias. Depois que uma pessoa perder o respeito a si mesma e o respeito às suas próprias necessidades - depois disso fica-se um pouco um trapo.

Eu queria tanto, tanto estar junto de você e conversar, e contar experiências minhas e de outros. Você veria que há certos momentos em que o primeiro dever a realizar é em relação a si mesmo. Eu mesma não queria contar a você como estou agora, porque achei inútil. Pretendia apenas lhe contar o meu novo caráter, ou falta de caráter, um mês antes de irmos para o Brasil, para você estar prevenida. Mas espero de tal forma que no navio ou avião que nos levar de volta eu me transforme instantaneamente na antiga que eu era, que talvez nem fosse necessário contar. Querida, quase quatro anos me transformaram muito. Do momento em que me resignei perdi toda a vivacidade e todo interesse pelas coisas. Você já viu como um touro castrado se transforma num boi? Assim fiquei eu... Em que pese a dura comparação... Para me adaptar ao que era inadaptável, para vencer minhas repulsas e meus sonhos, tive que cortar meus grilhões - cortei em mim a forma que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também minha força. Espero que você nunca me veja assim resignada, porque é quase repugnante. Espero que no navio minha vida - que não era maravilhosa, mas era vida - eu me transforme inteiramente.

Uma amiga, um dia disse, encheu-se de coragem, como ela disse, e me perguntou: você era muito diferente, não era? Ela disse que me achava ardente e vibrante, e que quando me encontrou agora se disse: ou esta calma excessiva é uma atitude ou então ela mudou tanto que parece quase irreconhecível. Uma outra pessoa disse que eu me movo com lassidão de uma mulher de cinqüenta anos. Tudo isso você não vai ver nem sentir, queria Deus. Não haveria necessidade de lhe dizer, então. Mas não pude deixar de querer lhe mostrar o que pode acontecer com uma pessoa que fez pacto com todos, e que se esqueceu que o nó vital de uma pessoa deve ser respeitado. Ouça: respeito mesmo o que é ruim em você - respeite, sobretudo o que você imagina que é ruim em você - pelo amor de Deus, não queria fazer de você uma pessoa perfeita - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - é esse o único meio de viver.

Juro por Deus que se houvesse um céu, uma pessoa que se sacrificou por covardia - será punida e irá para um inferno qualquer. Se é que uma vida morna não será punida por essa mesma mornidão. Pegue para você o que lhe pertence, e o que lhe pertence é tudo aquilo que sua vida exige. Parece uma moral amoral. Mas o que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma. Espero em Deus que você acredite em mim. Gostaria que você me visse e assistisse minha vida sem eu saber. Isso seria uma lição para você. Ver o que se pode suceder quando se pactua com a comodidade de alma.










01:36

segunda-feira, novembro 25, 2002  
Andaram falando sobre minha linguagem 'bloguiana' (!)
- mini flashback, por favor - rs
Que domingo delicioso! Dormi a beça, coisa que não fazia há tempos, e encontrei pessoas cujas companhias me fazem bem.
Fomos ver "Hoje, amanhã de ontem", um espetáculo que me transportou para alguns anos atrás, retomando meus 8 anos de dança.
"... e lá se voam verdes anos!"
Fiquei perturbada com a falta de posição, com os olhos da tela, os olhares laterais, com a facilidade de movimentos, com a falta 'de'.
Tive mil interpretações, mas bem ... eu tenho tendência a projetar minhas 'loucuras' nas loucuras alheias, então já era de se esperar.
Terminei a noite debaixo de uma lua enorme e com pensamentos 'medenianos' (?) !






Deve ter sido a dança. E as palavras. E todo o resto.










02:02

 
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